Novo Ensino Médio aumenta as desigualdades escolares e prejudica estudantes pobres da rede estadual de São Paulo

O novo estudo, produzido pela REPU (Rede Escola Pública e Universidade), é o primeiro do país a testar a promessa da livre escolha a partir de dados oficiais

 

Nota Técnica da Rede Escola Pública e Universidade, assinada por pesquisadores da UFABC, Unifesp e do IFSP, mostra que o Novo Ensino Médio, ao contrário do que promete, limita as escolhas dos estudantes e piora as condições de escolarização dos que mais necessitam de uma escola de qualidade.

O novo estudo, primeiro do país a testar a promessa da livre escolha a partir de dados oficiais, comparou as escolhas dos estudantes – registradas por meio de um questionário online de manifestação de interesse disponibilizado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) – com a oferta efetiva dos itinerários nas escolas. Os pesquisadores também trazem dados inéditos sobre a falta de professores nas aulas dos itinerários formativos e sobre a expansão do ensino a distância para os estudantes do período noturno.

A Nota Técnica recomenda que as instâncias de controle competentes acompanhem de perto a implementação do Novo Ensino Médio no estado de São Paulo, em vista do elevado risco de violação do direito à educação dos estudantes mais vulneráveis – em particular da lei n. 13.415/2017, que estabelece uma carga total de 3.000 horas no Ensino Médio.

Reportagem da Folha de S.Paulo "Faltam professores para 17% das aulas do novo ensino médio em SP" repercutiu o estudo que é assinado por Ana Paula Corti, do Instituto Federal de São Paulo, Débora Goulart, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e Fernando Cássio, da UFABC (Universidade Federal do ABC).

A REPU faz parte do Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

(Foto: Divulgação/SEDUC-SP)